A queda de 0,4% nas vendas do varejo no segmento de supermercados, na passagem de agosto para setembro, foi marcada pelo impacto negativo da pressão da inflação de alimentos, segundo Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Divulgada nesta quarta-feira, 11, a PMC apontou alta de 0,6% nas vendas do varejo em setembro ante agosto.

O pesquisador destacou que a receita nominal do segmento de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo subiu 1,9% em setembro ante agosto, mas, com o deflacionamento, a variação do volume de vendas passou para o “campo negativo”.

“A influência da inflação no volume é clara, sobretudo nos alimentos”, afirmou Santos, em entrevista coletiva online para comentar os números.

Questionado se, além da inflação, a redução do valor do auxílio emergencial pago pelo governo federal a trabalhadores informais de baixa renda, para mitigar os efeitos da crise causada pela pandemia de covid-19, teria efeito também sobre o desempenho das vendas dos supermercados, Santos destacou que os impactos da transferência de renda ainda foram positivos em setembro. A partir daquele mês, o valor mensal do auxílio foi reduzido de R$ 600 para R$ 300.

“Com relação à diminuição do auxílio, a leitura é que, no mês de setembro, ele foi positivo para o rendimento das famílias”, disse Santos.

Segundo o pesquisador do IBGE, as vendas do varejo também tiveram um impulso positivo do crédito, com a redução dos juros aos níveis mínimos já registrados contribuindo para o aumento das concessões de financiamentos, enquanto a inadimplência permanece baixa.