A geração de postos de trabalho pela indústria paulista teve um saldo positivo de mil vagas em julho, revelaram nesta sexta-feira, 17, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O resultado representa ligeira queda de 0,1% em comparação a igual mês do ano anterior na série com ajuste sazonal. Já na comparação sem ajuste sazonal com o mês anterior, houve leve avanço de 0,04%.

No acumulado do ano até julho, a geração de vagas no setor industrial paulista ficou positiva em 17 mil e, segundo a Fiesp, nível inferior à média histórica de contratações no período de janeiro a julho (43.000 postos criados por ano). A entidade aponta que o segundo semestre do ano tradicionalmente tem mais demissões do que contratações, o que pode “frustrar a expectativa de criação líquida de vagas em 2018”.

O presidente em exercício da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, aponta que será difícil ocorrer uma melhora do emprego até o fim do ano. “Não há fato novo que faça prever melhora do emprego até o final do ano. Nos últimos dez anos, somente em um deles, 2010, houve criação de empregos”, explica o executivo em nota. “Isso é muito ruim, porque a indústria sempre foi a mola propulsora do desenvolvimento de São Paulo. Passar esse longo tempo sem gerar mais empregos, com baixo investimento, é muito preocupante”, complementa.

De acordo com a Fiesp, o ritmo mais lento que o esperado da atividade econômica e a repercussão da greve dos caminhoneiros em maio ajudam a explicar o número mais tímido na geração de vagas. A incerteza em torno do tabelamento do frete rodoviário e a indefinição no cenário eleitoral pesam sobre a confiança do empresário industrial.

Setores

De 22 setores da Indústria analisados, houve contratação líquida em 11, enquanto outros três ficaram estáveis e oito tiveram saldo negativo de vagas.

O setor que mais contribuiu para o resultado mensal foi o de veículos automotores, reboques e carrocerias, com saldo de 1.585 vagas em julho. Ao mesmo tempo, o setor de máquinas e equipamentos gerou 1.311 postos de trabalho, enquanto o de produtos diversos contribuiu com 1.252. Entre os destaques negativos, houve corte de 2.738 vagas no setor de confecção de artigos do vestuário e acessórios, e perda líquida de 664 vagas nod de produtos alimentícios.

Na análise por regiões, foi registrado saldo positivo em apenas 16 das 36 áreas pesquisadas, com redução em 13 e estabilidade em outras sete. Destaque para a geração de vagas em Araçatuba (2,06%). Já pelo lado negativo, Santa Barbara D’Oeste teve maior peso, com redução de 5,51%, seguida por Bauru (-1,6%) e Presidente Prudente (-1,54%).