A indústria brasileira ainda opera 18,9% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O patamar de produção se assemelha ao de janeiro e fevereiro de 2009, época da crise financeira internacional.

“Claro que esse distanciamento foi maior no passado. Há um encurtamento nessa distância (até o pico de produção), porque o setor industrial mostrou ganho nos últimos quatro meses”, ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Na passagem de janeiro para fevereiro, a produção industrial teve ligeiro aumento de 0,1%. O resultado, entretanto, foi precedido por uma queda de 0,2%. Segundo o gerente do IBGE, o setor industrial mostra melhora, mas ainda continua operando em patamar muito baixo dentro da série histórica.

“Há a leitura de uma certa estabilidade nos dois primeiros meses de 2017. A indústria terminou o ano de 2016 com avanço na produção, mas ainda é pouco para esperar que haja trajetória de crescimento, porque a indústria ainda opera nesse patamar do início de 2009”, ressaltou Macedo.

Na avaliação do pesquisador, a boa notícia é que a característica que marcava o setor industrial em 2015, de quedas sucessivas, ficou para trás.

“Mas não há elementos que garantam que há trajetória ascendente consistente para a produção industrial. Há leitura positiva em função da manutenção de certo patamar de produção”, lembrou ele.

Outro indício da melhora é o desempenho positivo pelo terceiro mês consecutivo da média móvel trimestral, que amortece variações extremas e indica tendência. A média móvel da indústria teve alta de 0,6% em dezembro; 0,9% em janeiro; e 0,8% em fevereiro.