A indústria e o comércio consideram “acertada” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa de juros em 6,5%, conforme decisão anunciada no início da noite desta quarta-feira, 1º. Em nota, a Fiesp, que representa a indústria paulista, ressalta a necessidade de o Brasil prosseguir com reformas para que os juros convirjam para níveis internacionais. A Firjan, das indústrias do Estado do Rio, avalia que a atividade segue recuperação de forma lenta e a inflação continua abaixo da meta do Banco Central, portanto, não havia motivos para subir os juros.

Para o superintendente institucional da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, há três razões para a manutenção da taxa: a inflação está no centro da meta, o nível da atividade econômica está muito fraco e aceleração da inflação no último mês foi “acidental e pontual, provocada pela paralisação dos caminhoneiros”. “Qualquer aumento de juros nesse momento iria inviabilizar uma melhora da atividade”, afirma, em comunicado.

O presidente em exercício da Fiesp e do Ciesp, José Ricardo Roriz, destaca que, a despeito de a taxa Selic ter caído para níveis historicamente baixos, essa queda ainda não foi “plenamente percebida” nos custos dos empréstimos. “São cruciais, portanto, medidas que reduzam o elevado custo do crédito”, afirma, em nota comentando a decisão do Copom. Ele ressalta que o avanço das reformas que “equacionem o grave desequilíbrio fiscal” é crucial para que o juro básico recue “de forma consistente” para níveis condizentes com os padrões internacionais.

No comunicado da Firjan, a instituição afirma que a decisão do BC foi “acertada”. “É importante destacar que a mudança no direcionamento na política econômica, com a adoção de medidas que aumentaram os custos sobre o setor produtivo, freou a recuperação da atividade e reduziu o nível de confiança dos empresários”, afirma o texto, que pede a retomada das reformas estruturais.