As condições financeiras ao crescimento econômico seguem positivas, mas, nos últimos quatro meses, pioraram em relação ao quadro observado no início do ano, conforme mostra um indicador lançado nesta quarta-feira, 29, pelo Santander.

Batizado de Índice de Condições Financeiras (SAN-ICF), o indicador busca sintetizar a evolução das principais variáveis que afetam o cotidiano de empresas e consumidores, entre juros praticados pelo mercado, câmbio, bolsa de valores e risco país. Após um alívio em julho, quando apresentou reação ao impacto da greve dos caminhoneiros, o índice voltou no início de agosto e se aproximar da linha zero, ponto que separa as condições expansionistas das contracionistas, ficando em 0,06.

Desde o fim de 2016, as condições financeiras estão no campo positivo, porém houve uma deterioração a partir de maio, com o choque da greve no transporte de cargas que provocou caos logístico no País.

Na visão da equipe econômica do banco, o último resultado reflete o cenário internacional menos favorável a economias emergentes com incertezas sobre a continuidade das reformas após as eleições, sugerindo um viés de baixa à previsão do Santander de crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018.

O banco ainda aguarda a divulgação, na sexta-feira, do PIB do segundo trimestre para refazer as contas. Apoiado pelo novo índice, que procura antecipar movimentos econômicos em três meses, os economistas do Santander veem uma tendência de crescimento, na margem, inferior a 1% no terceiro trimestre, após a alta prevista em 0,2% ao resultado, referente ao segundo trimestre, a ser divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o banco, o índice de condições financeiras reforça a tendência de manutenção da taxa básica de juros em 6,5% ao ano até, pelo menos, o fim do primeiro semestre de 2019, o que já era indicado pelo reduzido espaço a repasses de preços por conta da fraca recuperação econômica.