O índice de poupança da economia brasileira caiu drasticamente no ano passado, saindo de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 para 14,6%. É o nível mais baixo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, similar aos 14,7% de 2002. Esses porcentuais representam o que a população, as empresas e o governo conseguiram economizar em um ano.

É um parâmetro importante porque mede a capacidade do País de investir e aumentar sua produção de bens e serviços, sem recorrer a recursos internacionais, o que aumenta o déficit nas contas externas.

A forte queda do índice de poupança foi provocada pelo recuo dos investimentos e pela manutenção do consumo das famílias e do governo. Tradicionalmente, o índice do Brasil é baixo. O sistema de Previdência Social desestimula as pessoas a economizarem para o futuro, e o governo tende a gastar mais do que pode.

“O Brasil consumiu os fundamentos que vinha acumulando até a crise”, avaliou o economista-chefe da Corretora Convenção, Fernando Montero. Antes da turbulência internacional chegar ao País, a economia crescia com muito investimento, superávit fiscal e déficit internacional baixo.

Em 2009, apesar da crise, o consumo das famílias cresceu 4,1%. Para 2010, a previsão é que avance 7% – mesmo considerando que o Banco Central (BC) deve começar a subir a taxa de juros em breve. É um número expressivo, similar ao de 2008 e próximo aos aumentos recordes do Plano Real. Em 1994 e 1995, as famílias brasileiras consumiram 7,4% e 8,6% mais, respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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