O Índice de Liquidez (IL) do Sistema Financeiro Nacional (SFN) aumentou de 2,43 em junho de 2020 para 2,86 em dezembro, conforme o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta terça-feira pelo Banco Central (BC).

Esse indicador é usado para avaliar a capacidade de pagamento de instituições financeiras em relação a suas obrigações. Ele representa a relação entre os ativos mais líquidos do sistema bancário e a honra de seus compromissos em um prazo de 30 dias. Quanto maior o número, mais confortável é a situação de liquidez dos bancos.

Já o Índice de Liquidez Estrutural (ILE) continuou em 1,17 em dezembro, mesmo patamar de junho do ano passado. O desejável é ter um índice perto ou acima de 1, já que esse termômetro serve para verificar quanto as instituições possuem de recursos estáveis em seus passivos para fazer frente a um ativo de mais longo prazo – seja ele crédito, investimento ou participação societária, entre outros.

O dado agora divulgado hoje pelo Banco Central tem como referência o mês de dezembro do ano passado – já durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, que se intensificou a partir de março.

O Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) do sistema bancário caiu para 11,49% em 12 meses até dezembro de 2020, ante taxa de 13,50% em junho do ano passado.

De acordo com o BC, esse patamar de dezembro foi o menor da série histórica do ROE. “A crise sanitária afetou a rentabilidade dos bancos em 2020, porém sem acarretar riscos relevantes para a estabilidade financeira. A pandemia interrompeu a recuperação da rentabilidade que vinha ocorrendo desde 2015-2016. O lucro líquido do sistema recuou 26% em relação ao ano anterior”, destacou a autoridade monetária.

Índice de Basileia

Em meio aos impactos da pandemia do novo coronavírus na economia, o Índice de Basileia do Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 16,9% em dezembro de 2020, ante uma taxa de 16,3% verificada em junho, segundo os dados do Relatório de Estabilidade Financeira (REF).

O Índice de Basileia é um conceito internacional, definido pelo Comitê de Basileia, que estabelece uma relação mínima entre o Patrimônio de Referência (PR) e os ativos ponderados pelo Risco (RWA) dos bancos.

No Brasil, o índice a ser obedecido é de 8%. O porcentual significa que, para cada R$ 100,00 que um banco empresta, a instituição precisa ter R$ 8,00, levando-se em consideração o nível mínimo regulatório.