O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-BR) da Fundação Getulio Vargas voltou a cair em junho, mas permanece em patamares elevados. O indicador recuou 16,7 pontos este mês – após queda de 20 pontos no mês anterior – registrando 173,6 pontos, bem abaixo do que o indicado pela prévia do IIE-BR divulgado no último dia 15 (187,2 pontos).

Com a segunda queda consecutiva, o indicador passou a devolver 39% da alta de 95,4 pontos observada no bimestre março-abril. Ainda assim, permanece 36,8 pontos acima do recorde anterior à pandemia do covid-19, de 136,8 pontos, em setembro de 2015, informou a FGV.

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“O patamar ainda extremamente elevado do Indicador de Incerteza da FGV Ibre reflete problemas em três diferentes frentes: a evolução sem tréguas da pandemia de covid-19 no Brasil, o cenário econômico recessivo e a instabilidade do ambiente político”, afirmou Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre.

O IIE-Br é composto por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.

Em junho, o componente de Mídia caiu 18,6 pontos, para 152,5 pontos. Já o componente de Expectativa recuou 2,1 pontos, para 2228,0 pontos.

“O componente de Expectativas recuou pela primeira vez desde o início da pandemia, mas perdeu apenas 2% das altas ocorridas entre março e maio, mostrando a enorme dificuldade de se formular cenários futuros para a economia brasileira no momento. Diante de tantas dificuldades é pouco provável que a incerteza retorne a níveis moderados neste ano”, avaliou a economista.

O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira é coletado do dia 26 do mês anterior ao de referência até o dia 25 do mês de referência.