As vendas do varejo no Brasil, excluídos os negócios com automóveis, materiais de construção e restaurantes, recuaram 2,2% em janeiro na comparação com igual mês do ano passado, aponta indicador da Mastercard. Já a queda média dos últimos três meses terminados em janeiro foi de 3,3%, o que representa uma melhora relevante em relação à baixa registrada no quatro trimestre de 2016 (-4,6%) na comparação anual.

Os setores de vestuário, produtos farmacêuticos, materiais de construção e artigos de uso pessoal e doméstico superaram a média do mercado. Já móveis e eletrônicos, combustíveis e supermercados ficaram abaixo do crescimento global do comércio. O setor de restaurantes apresentou queda de 8,5% no primeiro mês deste ano ante igual período de 2016.

“O ambiente econômico ainda é desafiador, com um mercado de trabalho sem perspectivas de melhoras e queda da confiança dos consumidores. Esperamos uma queda contínua das vendas no varejo, mas há indícios de que a perspectiva esteja finalmente dando sinais de melhora”, avalia Kamalesh Rao, diretor de pesquisas econômicas da Mastercard Advisors.

O destaque positivo do comércio varejista no País segue sendo do e-commerce, que apresentou alta de 15% em janeiro ante janeiro de 2016, acumulando sete meses consecutivos de ganhos. Nos últimos três meses, o crescimento foi de 17,8% – resultado estável em relação ao apurado no último trimestre do ano passado. Entre os diferentes segmentos do comércio online, produtos eletrônicos superaram a média do canal, enquanto móveis, vestuário, hobby e livrarias e produtos farmacêuticos tiveram desempenho inferior à média.

Todas as regiões do País registraram recuo nas vendas. Apesar disso, o Sudeste (-1,5%) teve desempenho acima da média. Já as regiões Norte (-4,5%), Nordeste (-3,3%), Sul (-3,3%) e Centro-Oeste (-3,0%) ficaram abaixo do patamar registrado pelo varejo em janeiro ante igual período do ano passado.

O indicador da Mastercard, chamado SpendingPulse, informa sobre gastos no varejo nacional e o desempenho do consumo. O dado é baseado nas atividades de vendas na rede de pagamentos Mastercard, juntamente com as estimativas para todas as outras formas de pagamento, incluindo dinheiro e cheque. O levantamento, segundo a empresa, não reflete ou se relaciona com o desempenho operacional e financeiro da MasterCard.