Um ex-engenheiro da Marinha indiana, condenado à morte por espionagem no Paquistão em 2017, não apelará da sentença, anunciou nesta quarta-feira (8) um membro do Ministério Público do Paquistão.

Há três anos, Kulbhushan Sudhir Jadhav foi condenado à morte por um tribunal paquistanês por “espionagem, sabotagem e terrorismo”. A Índia sempre negou que ele fosse um espião e esta sentença provocou indignação.

“O comandante Jadhav se recusou a apresentar um pedido de revisão e reconsideração de sua pena e sentença. Preferiu continuar com seu pedido de clemência em curso”, anunciou o procurador-geral adjunto, Ahmad Irfan, em uma entrevista coletiva.

Em março de 2016, Jadhav foi detido na província do Baluchistão, situada no sudoeste do Paquistão. As autoridades paquistanesas alegam que ele teria admitido ser um espião, e que trabalhava para os serviços de inteligência indianos.

Por sua vez, Nova Délhi acusa o Paquistão de sequestrar o ex-engenheiro no Irã, “onde desempenhava atividades comerciais depois de se aposentar da Marinha indiana”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Anurag Srivastava, afirmou que Jadhav “foi claramente forçado a não recorrer do seu caso”.

Em julho de 2019, o Tribunal Internacional de Justiça, a mais alta instância judicial das Nações Unidas, ordenou que o Paquistão “reavaliasse” a sentença de morte de Jadhav, e argumentou que Islamabad havia “privado” a Índia do “direito de se comunicar” com esse homem.