A Índia terá a prioridade na distribuição da futura vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, disse nesta segunda-feira (23) o maior fabricante de vacinas do mundo em volume, o Serum Institute of India (SII).

De acordo com o diretor geral do SII, Adar Poonawalla, o laboratório indiano já produziu 40 milhões de doses desta vacina.

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“Até janeiro, devemos ter pelo menos 100 milhões de doses, porque já produzimos 40 milhões”, afirmou Poonawalla, filho do fundador da empresa, à rede de televisão NDTV.

O Serum Institue fechou acordo em agosto com a Aliança das Vacinas (Gavi) para produzir até 100 milhões de doses de duas potenciais vacinas, uma delas desenvolvida pela AstraZeneca e outra pela americana Novavax.

Poonawalla disse que espera que cerca de 90% das doses do SII sejam vendidas ao governo indiano por cerca de 250 rúpias (3 dólares) por unidade.

“A maior parte desses 90% das doses irá para o governo indiano e talvez 10% para o mercado privado a um preço mais alto (1.000 rúpias)”, explicou.

“Esperamos a licença de uso emergencial, que deve nos permitir começar a distribuir as doses até o final de dezembro ou em janeiro”, acrescentou.

A AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram nesta segunda-feira que desenvolveram uma vacina com eficácia média de 70%, que pode chegar a 90% em alguns casos. A AstraZeneca afirmou que planeja produzir até 3 bilhões de doses da vacina em 2021.

O ministro da Saúde indiano, Harsh Vardhan, disse nesta segunda-feira que espera que entre 250 e 300 milhões de indianos sejam vacinados até o fim de setembro de 2021.

A Índia é o segundo país mais afetado pela pandemia no mundo, atrás dos Estados Unidos, com mais de 9,1 milhões de casos confirmados de covid-19.