A Índia proibiu neste domingo (11) as exportações do medicamento remdesivir, em um contexto de aumento das infecções de covid-19, colapsos nos hospitais e uma crescente demanda do remédio, usado contra o coronavírus.

Nas últimas semanas, os casos de covid-19 dispararam na Índia e neste domingo foram registrados 152.000 novos casos, levando o balanço para 13,3 milhões de infecções desde o início da pandemia.

+ Covid-19: pessoas já infectadas devem esperar um mês antes de vacinar

O Ministério da Saúde afirmou que este aumento de casos provocou um “aumento repentino da demanda” do antiviral.

“Existe a possibilidade de que esta demanda aumente nos próximos dias”, explicou o ministério em um comunicado, no qual decidiu proibir as exportações do remdesivir “até que a situação melhore”.

Remdesivir, produzido pelo laboratório americano Gilead, foi um dos primeiros medicamentos a serem revelados como promissores contra a covid-19, porque em alguns pacientes provoca uma melhora bastante rápida.

No entanto, um estudo apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que esse medicamento tem “muito pouco efeito ou nenhum” na mortalidade da covid-19.

No ano passado, Gilead assinou acordos de licença com produtores de medicamentos genéricos produzidos na Índia, Paquistão e Egito para que fabricassem o remdesivir e o distribuíssem para 127 países de baixa renda.

Na Índia, sete empresas o produzem, com uma capacidade mensal de até 3,88 milhões de doses injetáveis, segundo o ministério.

Além disso, a Índia, onde se encontra o maior fabricante de vacinas anticovid do mundo, reduziu o ritmo de suas exportações do imunizante por causa do aumento de casos registrados em seu território, que levou vários Estados a alertarem que poderiam ficar sem doses dentro de pouco tempo.