A economia indiana está se expandindo a um ritmo acelerado, aumentando os padrões de vida e reduzindo a pobreza em todo o país, conforme um relatório divulgado hoje pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A instituição alerta, porém, que são necessárias novas reformas para manter o forte crescimento e garantir que todos os indianos se beneficiem dele.

O estudo, que foi apresentado em Nova Délhi pelo secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, e pelo secretário de Economia da Índia, Shaktikanta Das, elogia as recentes taxas de crescimento do país – superiores a 7% ao ano – como o mais forte entre os países do G-20, o grupo das 20 economias mais avançadas do globo. Para a Organização, a Índia precisa continuar a manter a estabilidade macroeconômica e reduzir ainda mais a pobreza, além de realizar novas reformas fiscais abrangentes e novos esforços para aumentar a produtividade e reduzir as disparidades entre as várias regiões do país.

“A Índia é um bom contraponto para uma economia global que tem sofrido um desempenho insuficiente durante anos”, disse Gurría, de acordo com nota da instituição. Segundo o estudo, a implementação da reforma histórica do Imposto sobre Produtos e Serviços contribuirá para tornar a Índia um mercado mais integrado. “Ao reduzir a cascata de impostos, aumentará a competitividade, o investimento e a criação de emprego.”

A reforma desses impostos – projetada para ser inicialmente neutra em termos de receita – deve ser complementada por uma reforma dos impostos sobre o rendimento e propriedade, considerou a pesquisa da OCDE. “Uma reforma tributária abrangente poderia ajudar a aumentar a receita para financiar a tão necessária infraestrutura física e social, promover o investimento corporativo, permitir uma redistribuição mais eficaz e fortalecer a capacidade dos estados e municípios para melhor responder às necessidades locais.”

A OCDE salientou que a realização de um desenvolvimento regional forte e equilibrado também será fundamental para promover um crescimento inclusivo. Para a organização, as mudanças recentes no modelo do federalismo de Índia deram aos Estados mais liberdade e incentivos para modernizar regulamentos e adaptar políticas públicas às circunstâncias locais. “Um novo benchmarking entre os estados e o fortalecimento do compartilhamento das melhores práticas, particularmente sobre regulamentos trabalhistas e leis fundiárias, poderiam aumentar a dinâmica das reformas.”