A agência espacial indiana (ISRO) adiou nesta segunda-feira o lançamento da primeira missão que deve pousar no polo sul lunar, devido a um problema técnico detectado a menos de uma hora da decolagem.

A missão Chandrayaan-2 deve permitir ao gigante asiático se tornar a quarta nação a colocar um dispositivo na Lua, um passo importante para seu ambicioso programa espacial.

A decolagem estava prevista para as 2h51min desta segunda-feira, hora local. “Foi detectado um problema técnico no sistema de lançamento do veículo no minuto T -56”, publicou a ISRO no Twitter, sem especificar o tipo de defeito. “Como medida de precaução, o lançamento da Chandrayaa-n2 foi cancelado para hoje. A nova data será anunciada posteriormente.”

A Chandrayaan-2 (“Carro Lunar” em hindi) inclui um orbitador lunar, um módulo de descida e um rover (veículo de exploração), um dispositivo de 3,8 toneladas. O conjunto será propulsado por um foguete GSLV-MkIII, o mais potente lançador indiano, equivalente a um foguete europeu Ariane 4.

Pragyan, o rover indiano, que pesa 27 quilos, buscará no solo lunar rastros de água e “sinais fósseis do sistema solar primitivo”, indicou a ISRO.

O veículo, propulsado por energia solar, deve a princípio funcionar durante um dia lunar, o equivalente a 14 dias terrestres, e poderá percorrer até 500 metros.

Esta missão indiana se inscreve em um contexto de intensificação do interesse internacional pela Lua, visitada por humanos pela última vez em 1972.

Atualmente vários países planejam voltar a enviar homens à Lua. O governo americano pediu à Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, que volte a enviar astronautas em 2024.

O regresso à Lua é visto como uma etapa inevitável na preparação dos voos tripulados para paradeiros mais distantes, principalmente Marte.

O projeto Chandrayaan-2 é a segunda missão lunar da Índia, que há 11 anos, na missão Chandrayaan-1, colocou uma sonda na órbita da Lua.

O programa espacial indiano se destaca por combinar objetivos ambiciosos com recursos muito mais baixos que os de seus homólogos, o que não lhe impede de avançar rapidamente.

A ISRO se propõe a enviar antes do fim de 2022 três astronautas ao espaço, em seu primeiro voo tripulado.

Aspira, além disso, a construir sua própria estação espacial nos próximos dez anos.