As incertezas sobre os impactos econômicos da epidemia do novo coronavírus alcançaram o mercado de títulos públicos no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as Notas do Tesouro Nacional série-B (NTN-Bs) indexadas ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou seja, aqueles títulos públicos do Tesouro Direto que pagam a inflação oficial mais juros reais, tiveram fortes perdas nos últimos dias.

Entre o dia 26 de fevereiro, quando foi noticiado o primeiro caso da doença (Covid-19) no Brasil, hoje (6), o índice da Anbima que acompanha o desempenho dos títulos públicos NTN-Bs com prazo maior de cinco anos (Ima-B 5+) acumulou perda de 2,15%.

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Para efeito de comparação, esse prejuízo em apenas dez dias, equivale a quase noves meses de rendimento da caderneta de poupança, que atualmente garante rentabilidade líquida de 2,97% ao ano.

Segundo a Anbima, esses títulos públicos (NTN-Bs) por apresentarem prazos mais extensos, acima de 5 anos, têm maior exposição às indefinições do atual cenário e de seus efeitos na economia nos próximos meses, o que reflete na queda de seus preços no mercado secundário, mesmo com as novas expectativas de cortes na taxa básica de juros, a Selic (o que, em tese, poderia valorizá-los).