Incentivo à agricultura urbana nos Estados Unidos é exemplo para o Brasil

Enquanto nos Estados Unidos foi criado um Comitê Consultivo de Agricultura Urbana, no Brasil acaba de completar quatro anos o Programa Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana. Apesar de iniciativas como a das hortas coletivas criado pela ONG Cidades Sem Fome, ainda falta dar maior escala ao modelo (Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Está programada para o final deste mês a primeira reunião do novo Comitê Consultivo de Agricultura Urbana, criado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e formado por membros dos diversos grupos envolvidos com o segmento, a começar pelos produtores agrícolas. Também há representantes da educação, de ONGs e de setores de financiamento. O objetivo é ter uma forte rede de informações que contribua tanto para desenvolver políticas favoráveis a esse modelo de produção de alimentos quanto para identificar eventuais obstáculos.
Para o USDA, incentivar a agricultura urbana é fomentar também a produção de alimentos frescos e saudáveis em áreas em que a cadeia de abastecimento é insuficiente para atender a população local. Os benefícios vão além, contribuindo para o desenvolvimento de sistemas alimentares regionais, a apresentação de novas saídas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, a geração de empregos e até a melhora da aparência dos bairros.
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Há outros fatores positivos para os produtores. Um deles é fazer parte de um mercado mais justo, no qual consigam uma remuneração condizente com o padrão de qualidade dos alimentos que fornecem.
Como em outros países, aqui no Brasil essa relação é igualmente valiosa, pois abre mais mercado para quem produz em pequenos espaços, dentro de áreas urbanas, seja de forma individual ou coletiva. Logo no período inicial da pandemia da Covid-19, muitos produtores que forneciam para restaurantes tiveram de se reinventar para buscar novos clientes. Uma parte entendeu que poderia entregar direto nas casas, como se fazia antigamente, e reformulou seu negócio. O que já foi tradição virou inovação.
A pandemia acelerou esse movimento, que já existe por aqui há muito tempo, com exemplos bem-sucedidos. É o caso da ONG Cidades Sem Fome, que iniciou em 2004 um projeto de hortas comunitárias no bairro de São Mateus, na zona leste da cidade de São Paulo. A maior unidade ocupa, por meio de uma parceria, os 8,5 mil metros quadrados de um terreno que pertence à companhia distribuidora de energia elétrica Enel. Ali são cultivados diversos produtos, como tomate, cenoura, rúcula, repolho, alface, salsa, manjericão e mais uma diversidade de alimentos.
Além de gerar oportunidades de empregos e de empreendimentos para pessoas que moram ao redor, fornecer alimentos frescos para lojas próximas e clientes até mesmo que estejam do outro lado da cidade, a implementação do projeto mudou o panorama do lugar. Antes da chegada da Cidades Sem Fome, o terreno era utilizado ilegalmente como ponto de descarte de lixo, de entulho e de “sobras” de ações criminosas. Ou seja, do jeito que estava, era um problema sanitário e um risco para a segurança da vizinhança.
Há quatro anos, em 7 de fevereiro de 2018, foi instituído o Programa Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana pelo Ministério da Cidadania. O intuito era “estimular a produção agroecológica de alimentos nas cidades; incentivar atos saudáveis de alimentação; e implantar a produção com fins pedagógicos em instituições de ensino, principalmente em regiões de vulnerabilidade social”. Desde então, o cenário evoluiu, mas ainda falta integrar os agentes que possam promover o sistema, como os EUA estão fazendo agora, e torná-lo uma solução real para dois problemas que afligem os brasileiros hoje: o desemprego e a fome.
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