Ela já esteve à frente de lutas contra o câncer e a Aids e agora integra um comitê de crise no combate ao coronavírus junto ao governo. Médica do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo Nise Yamaguchi colabora de forma técnica e científica para aprimorar protocolos de combate à doença.

Ao programa Impressões, da TV Brasil, que vai ao ar neste domingo (5), às 22h30, Nise fala sobre o trabalho que a ciência vem fazendo em busca de tratamentos e também da necessidade de combater a doença a tempo. Para ela, é possível salvar vidas e curar pessoas desde que os cuidados sejam feitos logo no início da covid-19. 

“Essa história de que não tem cura, para esse novo coronavírus, não é verdade. Tem. É o próprio sistema imunológico quando ativado adequadamente, sem exageros. Porque o problema dele [coronavírus] é quando ele é exagerado depois na segunda e na terceira fase. E o principal é tratar precocemente”, afirma Nise.

Ao comentar sobre o uso da hidroxicloroquina, a infectologista diz que o medicamento tem se mostrado eficiente no combate à covid-19, mas defende o acompanhamento médico para qualquer tipo de medicação. E explica: “A hidroxicloroquina, o zinco e a azitromicina, os três juntos fazem com que o vírus não se replique. Baixa a carga viral e o sistema imunológico que é o grande herói. Então, o que cura você quando você tem uma gripe? Ou quando você tem uma varicela, ou tem um herpes? É o seu sistema imunológico”. E completa: “E se você, no início, quando ele está começando, você bloqueia o vírus dentro da máquina da célula, essa célula fica saudável, ela não é invadida pelo vírus, ela não é usada pelo vírus para fazer novos vírus e ela simplesmente fica boa”.

A doutora explica que o vírus age em três fases e que os cuidados iniciais podem fazer toda a diferença na vida do paciente. Ela diz que é preciso tentar evitar a fase crítica da doença. “Essa terceira fase é a tempestade total, que aí não adianta mais você tratar o vírus, porque você não segura mais. E é isso que a gente tem que evitar quando a gente começa a tratar o paciente precocemente. Porque você pega naquela fase em que ele ainda está tentando se replicar e acaba com ele. E imuniza. Então o paciente fica com imunidade, ele não pega mais, ele não contamina mais.”

À jornalista Katiuscia Neri, Nise Yamaguchi também fala do enfrentamento ao coronavírus e da necessidade de reagir diante da doença. “O medo é prejudicial para tudo, em primeiro lugar ele paralisa, te deixa massa de manobra. Então eu acho que a gente tem que tirar o medo, mas tem que ter o enfrentamento correto. Tem que ter saneamento básico, distanciamento social, usar máscara, comer regularmente, tomar sol, ter vitamina D, ter vitamina C, comer frutas, verduras, saladas, comer peixes e frango, mais do que carne vermelha. É um conjunto de ações. Tudo isso te traz uma capacidade de enfrentamento”, defende a Nise.

Na entrevista, a médica infectologista ainda lamenta o ambiente de desinformação no país e defende uma sintonia entre toda a área médica e os poderes no combate à pandemia. “Vamos pensar que o passado faz parte de desconhecimento. Vamos mudar e criar um clima de otimismo, de crescimento”, argumentou.  E mostrando-se otimista no combate à covid-19, Nise diz que “toda matéria de jornal está falando: ‘essa é uma doença que não tem cura’. Tem cura. A cura está em você! No seu sistema imunológico! Ajudado por remédios que agem na fase inicial. Vamos para a frente, fazer coisas boas, pensar no futuro, reconstruir o país”.