Os dados de fevereiro de vendas do comércio varejista, que apontaram uma alta de 1,2% ante janeiro, como informou mais cedo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda não refletem impactos da pandemia do novo coronavírus, afirmou nesta terça-feira, 7, Cristiano Santos, analista do órgão federal. Segundo o pesquisador, os efeitos da pandemia aparecerão nos dados de março, mas são “imprevisíveis”.

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Santos lembrou, ao comentar os dados de fevereiro, que as medidas de restrição no funcionamento do comércio começaram nos Estados apenas na segunda metade de março. Além disso, atingiram as diferentes atividades do varejo de maneira distinta. O setor de supermercados, com grande peso no desempenho das vendas como um todo, seguiram abertos, assim como as farmácias.

“Hiper e supermercados estão abertos e estão concentrando o dispêndio familiar. O setor farmacêutico também está aberto”, afirmou Santos, em videoconferência com jornalistas. “O que é factual é que, hoje, estamos numa condição em que, das atividades econômicas que o IBGE apura, duas que têm peso forte estão abertas”, completou o pesquisador.

Ao comentar o desempenho positivo em fevereiro, que veio acima das projeções de analistas coletadas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Santos considerou que as vendas do varejo buscaram um reequilíbrio em relação a trajetória dos últimos meses.

No acumulado do primeiro bimestre, as vendas subiram 3,0% ante igual período de 2019. Nessa base de comparação, as vendas vêm registrando avanços em torno de 3,0% nos últimos três bimestres, disse Santos.