A pandemia de covid-19 seguirá afetando o emprego de forma mais intensa que o esperado em 2021, de acordo com as estimativas da Organização Mundial do Trabalho (OIT) publicadas nesta quarta-feira (27).

A nova edição do Observatório da OIT sobre a covid-19 mostra que a perda em número de horas de trabalho em 2021 pela pandemia será significativamente maior que o previsto anteriormente.

A previsão mais recente calcula em 4,3% o número de horas perdidas em comparação ao período anterior à pandemia, contra -3,5% da estimativa de junho.

“A trajetória atual do mercado de trabalho está marcada por uma recuperação estagnada, com o surgimento de riscos maiores de deterioração e por grandes diferenças entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento”, afirmou o diretor geral da OIT, Guy Ryder.

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“Constatamos de maneira dramática que é a disponibilidade desigual de vacinas e capacidades para retomar o orçamento o que alimenta estas tendências”, destacou.

O relatório mostra que a jornada de trabalho está se recuperando em países de renda alta e média-alta, enquanto as horas de trabalho continuam registrando perdas significativas em países de renda baixa e média-baixa.

Por regiões, Europa e Ásia central registraram as quedas mais leves na comparação com o período anterior à pandemia (-2,5%), seguidas pela Ásia-Pacífico (-4,6%). A situação é mais grave na África (-5,6%), Américas (-5,4%) e países árabes (6,5%).

Também existem desigualdades entre diferentes setores e os jovens, especialmente as mulheres jovens, são as mais afetadas no trabalho.

A OIT atribui a situação nos países menos desenvolvidos às limitações orçamentárias e ao acesso escasso às vacinas, além dos riscos de superendividamento e problemas nas cadeias de abastecimento de todo o mundo.

A organização considera que se os países com menos renda tivessem um acesso mais justo às vacinas, em apenas um trimestre poderiam alcançar a recuperação no que diz respeito às horas de trabalho das economias mais ricas.