O impacto da greve de caminhoneiros sobre a inflação oficial foi pontual e passageiro, avaliou Fernando Gonçalves, gerente na Coordenação de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os bloqueios em estradas de todo o País, que se estendeu por onze dias ao fim de maio, levou a uma crise de desabastecimento, pressionando os preços em junho.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de alta de 0,40% em maio para aumento de 1,26% em junho. Em julho, a inflação foi de 0,33%.

“A gente tem que aguardar para ver, talvez na parte de alimentos tenha algum resquício de possível impacto da greve sobre preços em agosto. Mas aparentemente foi pontual e já terminou. Se tiver alguma coisa, vai ser bem residual”, afirmou Gonçalves.

Em julho, os alimentos e os combustíveis devolveram parte da alta exacerbada registrada no mês anterior sob influência ainda da paralisação dos caminhoneiros. “A taxa do IPCA só não foi mais baixa por causa da pressão da energia elétrica”, apontou Gonçalves.

Os gastos com Habitação subiram 1,54% em julho, enquanto os Transportes aumentaram 0,49%. Os Artigos de residência tiveram elevação de 0,47%; Saúde e cuidados pessoais, 0,07%; Despesas pessoais, 0,31%; e Comunicação, 0,08%.

Por outro lado, as famílias pagaram menos por Alimentação e bebidas (-0,12%), Vestuário (-0,60%) e Educação (-0,08%).