Os líderes das ilhas do Pacífico pediram nesta sexta-feira (11) que as questões relativas à mudança climática sejam “levadas as sério”, um dia antes de uma reunião sobre o tema, organizada pela ONU, Reino Unido e França.

Por sua baixa altitude, as pequenas ilhas do Pacífico estão particularmente expostas ao aumento do nível do mar e aos ciclones cada vez mais potentes.

Durante uma reunião do Fórum das Ilhas do Pacífico (FIP), o primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, destacou que os avanços na luta contra a mudança climática estão paralisados desde a assinatura do Acordo de Paris sobre o Clima.

“Nós, as nações do Pacífico, devemos, por nosso povo e por toda humanidade, aumentar ainda mais a voz para exigir que os grandes emissores (de CO2) intensifiquem suas ações e seus compromissos na área climática”, declarou.

“Sem isso, perderemos nossas casas, nosso estilo de vida, nosso bem-estar e nossos meios de subsistência”, ressaltou o primeiro-ministro. “Chegou o momento de levar a sério”, insistiu.

“Todos assinamos o Acordo de Paris. Agora, temos que fazer o necessário para colocá-lo em prática”, completou.

Anunciado em dezembro de 2015 por 195 países-membros da ONU e assinado em 2016, o Acordo de Paris sobre o Clima busca limitar o aumento da temperatura a 2ºC, ou mesmo a 1,5ºC.

Bainimarama afirmou que as temperaturas do planeta podem aumentar até 5ºC até o ano 2100, o que representaria uma catástrofe, sobretudo, para os países do Pacífico.

“Eu me recuso a permitir que os fijianos e nossos irmãos e irmãs das ilhas do Pacífico sejam as cobaias sacrificadas em nome de países mineradores e empresas altamente poluentes”, disse.

“Não devemos ficar de braços cruzados e olhar os países mais vulneráveis do mundo sofrendo, e sim avisar os países mais ricos que eles sofrerão muito em breve o mesmo destino”.

Na semana passada, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, declarou, no Parlamento, “estado de emergência climática”, destacando a necessidade de agir rapidamente na questão, pelo bem das futuras gerações.

Em seu pronunciamento, Jacinda enfatizou a necessidade de uma ação rápida para o bem das gerações futuras.

“Quando fazemos todas essas declarações, é que existe uma ameaça que paira sobre a vida humana, a propriedade, a segurança”, disse a líder de centro-esquerda neste dia.

“Vote a favor desta declaração, e vamos pelo lado bom da história, vamos fazer parte da solução que temos que trazer para a próxima geração”, convocou.

Os parlamentares aprovaram esta declaração por 76 votos a favor, e 43, contra.

A Nova Zelândia está entre os países que se comprometeram a alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Nesse sentido, este país de cinco milhões de habitantes se comprometeu a produzir 100% de energias renováveis até 2035.