O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) tem chance de ficar negativo na leitura de março após ter leve alta de 0,08% em fevereiro, avaliou o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) André Braz. Com certeza, ele acrescenta, a taxa do indicador em março será menor que a do mesmo mês de 2016 (0,51%).

Segundo o economista, se o câmbio seguir valorizado, os preços industriais no atacado, que registraram 0,20% em fevereiro, devem continuar desacelerando, também por efeito da recessão. A única exceção é o minério de ferro, que teve deflação de 0,59% nesta medição, mas, segundo Braz, não deve continuar caindo.

“O minério de ferro não deve ser mais destaque de baixa nos próximos meses, mas, por outro lado, a celulose e os produtos químicos usados para a fabricação de remédios, por exemplo, devem permitir a continuidade do alívio no IPA industrial.”

No IPA agrícola, Braz comenta, o cenário também é favorável. O economista cita, como exemplo, que no primeiro estágio de produção observam-se quedas acentuadas em bovinos (-2,79%) e aves (-7,05%). “Portanto, esses produtos não terão aumento de preço e ficarão mais baratos para o consumidor”, diz.

Essa previsão aponta para um Índice de Preços ao Consumidor – M (IPC-M) também comportado em março em virtude do grupo Alimentação que deve continuar sendo a “âncora” da inflação neste ano. Braz explica que produtos como feijão e arroz (-6,21% em fevereiro), carnes bovinas (-1,99%) e aves e ovos (-2,18%) estão todos em queda e que há espaço para continuar declinando, já que a taxa acumulada em 12 meses continua alta.

O IPC – M de março também estará livre das pressões dos reajustes educacionais de janeiro, completa ele.