O provedor iG está mais próximo de ser
uma subsidiária da operadora de telefonia Brasil Telecom. Na semana passada, a BRT fechou a compra do controle acionário do provedor após pagar cerca de US$ 40 milhões a dois fundos de investimentos americanos, o TH Lee e UBS. Com 52% das ações com direito a voto, a companhia deve fazer em breve uma oferta para adquirir outras participações nas mãos da sua concorrente Telemar, dos bancos de investimento Opportunity e GP, e de pequenos acionistas. ?A cada dia o negócio de internet se parece mais com a telefonia?, diz o analista do Unibanco, Edigimar Maximiliano. Diante dessa nova realidade, o iG se distancia ainda mais do seu passado de internet gratuita e se aproxima mais dos modelos de serviços pagos como o UOL e o Terra. ?É um caminho natural?, afirma Roberto Simões, que divide com Matinas Suzuki a direção da empresa.

Daqui em diante, o iG pretende se posicionar no mercado como um provedor que tem uma base de usuários gratuitos, mas cujo foco serão os serviços pagos. Essa nova estratégia vem sendo construída há dois anos e já em 2003 se revelou interessante. O faturamento chegou a R$ 183 milhões para um lucro de R$ 18 milhões. Para este ano, deve chegar aos R$ 234 milhões de receita e lucrar R$ 21 milhões. ?Ao contrário que muitos pensavam nosso modelo de negócio sempre fez sentido?, afirma Matinas Suzuki.

Ainda esta semana, o iG anunciará ao mercado que é o líder em usuários ativos, aqueles que se conectaram pelo menos uma vez à rede nos últimos 90 dias, do Brasil e da América Latina. A informação faz parte do relatório do instituto americano de pesquisas PyramidResearch que será divulgado nesta quarta-feira 5. Nesse documento, o iG aparecerá com uma participação de 21%, tendo o Universo On Line como segundo colocado com 14% e o Terra com 13%. ?Eles são um caso muito interessante e não poderíamos deixá-los de fora dessa primeira análise que fazemos na América Latina?, afirma Marc Einstein, analista da PyramidReserach.

GRÁTIS É PASSADO
Os serviços pagos são o alvo do iG
R$ 234
milhões de faturamento líquido em 2004
10 000
clientes no provedor que cobra por acesso

70 000
assinantes de banda larga