Nesta semana, o iFood está iniciando uma nova etapa em sua operação. A startup brasileira, que se consolidou como o principal aplicativo de pedidos de comida por celular, agora quer ser uma companhia de soluções para empresas.

Além do conhecido aplicativo, o iFood está lançando uma ferramenta que os restaurantes poderão utilizar para comprar insumos e matérias-primas para sua própria produção.

Segundo Roberto Gandolfo, diretor de delivery do iFood, com a estratégia, o grupo busca agregar serviços para fidelizar seus parceiros comerciais. “Queremos vender uma solução completa para os restaurantes. Desde a matéria-prima até a entrega, para que os cozinheiros façam o que sabem melhor: cozinhar”, afirma.

Serão vendidos na ferramenta – que funciona como um e-marketplace, tal qual o Mercado Livre ou o eBay, que agregam vários vendedores em um só lugar – desde farinhas e queijos a canudos e guardanapos.

São Paulo será a primeira cidade a ser atendida pelo site de compras, mas outras devem ser adicionadas conforme parceiros de outras localidades comecem a oferecer seus produtos na plataforma. Todos os produtos são vendidos por atacado e, para se cadastrar, é necessário um cadastro de pessoa jurídica (CNPJ).

Os executivos do iFood entenderam que muitos restaurantes não possuem expertise no serviço de entregas expressas e utilizam materiais inadequados. “Oferecemos a melhor embalagem para o refrigerante, para o hambúrguer, para o macarrão”, diz Gandolfo.

De acordo com o próprio iFood, a empresa detém o maior aplicativo do setor no Brasil. Segundo dados de 2016 publicados no balanço do principal acionista da companhia, o fundo sul-africano Naspers, a startup faturou R$ 171 milhões e reportou um Ebtida (Lucro antes de taxas, juros, depreciação e amortização) de R$ 15 milhões. O lucro não foi disponibilizado. Ainda de acordo com o Naspers, o iFood movimentou cerca de R$ 750 milhões em pedidos por meio do aplicativo.

A expectativa é que a empresa cresça este ano acima de 100%, o que significa que, até o final de 2017, mais de 6 milhões de entregas por mês sejam realizadas por meio do aplicativo. Em junho, dizem os executivos, a marca de 4 milhões de entregas por mês foi batida, um milhão a mais do que a média de 2016.

Grande parte do crescimento da companhia se deve a intensas campanhas de marketing. No ano passado, por exemplo, o apresentador Fábio Porchat estrelou alguns dos comerciais da empresa exibidos na televisão. Neste ano, Anitta e Rodrigo Hilbert são as estrelas. “Toda vez que o Fábio Porchat aparecia havia um salto nos pedidos pelo aplicativo”, afirma Gandolfo.

Ao todo, foram consumidos, apenas em marketing, R$ 30 milhões em 2016 – ou seja, de tudo o que o grupo faturou, 17,5% foi gasto com campanhas de publicidade.