Os combates pelo controle de Hodeida chegaram, neste domingo (11), a um bairro residencial desta cidade portuária iemenita, onde as forças pró-governo tentam romper a resistência dos rebeldes huthis – disseram fontes militares à AFP.

Um alto comando militar pró-governo afirmou que o objetivo era “purgar” as ruas de qualquer presença rebelde.

No oeste do país, Hodeida é uma cidade estratégica, porque por ela entram 75% das importações e da ajuda humanitária internacional ao Iêmen.

As forças pró-governo entraram hoje em um bairro situado entre o sul do Hospital 22 de Maio — do qual tomaram o controle na sexta-feira — e a grande avenida Sanaa, afirmaram fontes militares, acrescentando que houve confrontos com os rebeldes em torno de um complexo turístico chamado Al Waha (Oásis).

Os habitantes de um setor localizado mais ao sul relataram terem ouvido disparos e bombardeios durante toda a noite e de forma esporádica neste domingo pela manhã.

“Três pessoas do nosso bairro ficaram feridas por estilhaços de obuses”, afirma Marwa, que pediu para não ter seu verdadeiro nome revelado.

“Estamos cansados. Não tem segurança. Não temos dinheiro. Desta vez ninguém consegue fugir. Não podemos fazer isso e temos medo”, completou.

Antes dos confrontos deste domingo, pelo menos 61 combatentes (43 rebeldes e 18 pró-governo) morreram nas últimas 24 horas na batalha de Hodeida, segundo fontes médicas.

Yahya Sharafeddine, diretor adjunto do porto de Hodeida, localizado ao norte da cidade, disse neste domingo à AFP que, “até agora, o porto está aberto”.

Mas “não podemos prever o que acontecerá no futuro”, completou.

De acordo com os moradores, a coalizão contra os rebeldes sob comando saudita recorre a aviões de combate e helicópteros Apache para atacar posições dos huthis. Estes últimos espalharam vários explosivos para conter o avanço de seus adversários.

Apoiada militarmente pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, a ofensiva contra Hodeida foi lançada em junho, mas se intensificou desde o início de novembro com um saldo de mais de 400 combatentes mortos nos dois lados do conflito. Os huthis, que também controlam a capital, Sanaa, têm o apoio do Irã.