Há 65 milhões de anos, uma rocha do espaço sideral se chocou contra a Terra, deixando uma grande cratera na superfície do nosso planeta, a Boltysh. Agora, uma equipe liderada por Annemarie Pickersgill, pesquisadora associada da Universidade de Glasgow, na Inglaterra, estima que a cratera Boltysh se formou cerca de 650 mil anos após a catástrofe de Chicxulub.

A cratera Boltysh, uma formação de 24 mil km de largura no centro da Ucrânia, não é tão famosa quanto a cratera Chicxulub sob a Península de Yucatán, no México, que está diretamente implicada na morte dos dinossauros. Mas, esta nova análise de como Boltysh afetou esta época pode lançar luz sobre nossa própria era de mudanças climáticas repentinas, conforme relata o The New York Times.

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Os cientistas sugerem que a cratera, que está enterrada sob mais de 300 metros de sedimentos, poderia ter se formado antes ou depois do evento Chicxulub, tornando seu papel neste período cataclísmico obscuro. Para um estudo publicado na Science Advances, os pesquisadores realizaram uma técnica conhecida como datação argônio-argônio com rochas extraídas de Boltysh.

Eles também analisaram espécimes de uma camada geológica. Essa abordagem comparativa, juntamente com os avanços nos métodos de datação radiométrica, rendeu uma sequência de eventos mais refinada do que os estudos anteriores.

A estimativa da nova era coloca Boltysh cerca de meio milhão de anos após o asteroide matador de dinossauros, contradizendo as conclusões de um estudo de Geologia de 2010 que o datou de alguns milhares de anos antes de Chicxulub. Os pesquisadores que escreveram aquele artigo abraçaram as novas descobertas, e alguns se tornaram co-autores do novo estudo.