O iceberg A-68A, que andava à deriva no Oceano Antártico, chamou a atenção em dezembro de 2020 ao se aproximar da Geórgia do Sul, uma ilha pertencente ao território britânico. Segundo um relatório do British Antarctic Survey (BAS) e do Centro Britânico de Observação e Modelagem Polares (CPOM), descobriu que a massa de gelo libertou 152 bilhões de toneladas de água doce, o equivalente a 61 milhões de piscinas olímpicas.

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Como relatam os especialistas do BAS, o iceberg bateu levemente no fundo do mar e se desfez, tendo o volume reduzido para 141 metros, o que fez com que quando chegasse perto da ilha não chegasse ao fundo do mar (profundidade de 150 metros). Ainda assim, esta aproximação vai causar um um impacto no fundo do mar ao redor da ilha e nos ecossistemas e vida selvagem, não só pela quantidade de água libertada mas também pelos nutrientes que esta carrega.

O A-68A se separou em julho de 2017 da plataforma de gelo Larsen-C, na Antártida. Na época, tinha uma área de cerca de 5.719 km quadrados, e era considerado o maior do mundo. À medida que se foi movimentando por águas mais quentes, a espessura de gelo foi derretendo, tendo atualmente perdido 67 metros de espessura.

“É uma enorme quantidade de água derretida, e a próxima coisa que queremos aprender é se esta teve um impacto positivo ou negativo no ecossistema ao redor da Geórgia do Sul. Como o A68A percorreu uma rota comum pela Passagem de Drake [parte do oceano entre a Antártida e a América do Sul], esperamos aprender mais sobre os icebergs que seguem uma trajetória semelhante e como eles influenciam os oceanos polares”, explica Anne Braakmann-Folgmann, investigadora do CPOM.