Os anti-inflamatórios da família do ibuprofeno não aumentam o risco de adoecimento grave ou de morte por covid-19, ao contrário do que se temia no início da pandemia, segundo estudo que será publicado neste sábado.

“O uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) não está associado a um aumento na mortalidade ou na gravidade da covid-19”, conclui este vasto estudo realizado pelas autoridades de saúde britânicas, publicado na revista médica The Lancet Rheumatology.

+ Covid-19: OMS aprova vacina Sinopharm no consórcio Covax Facility

“Agora temos evidências claras de que os AINEs podem ser usados com segurança em pacientes com covid”, de acordo com a doutora Ewen Harrison, da Universidade de Edimburgo e principal autora do estudo, que contou com 72.000 pacientes.

O uso desse tipo de medicamento é comum contra febre e dores. A sua substância ativa é o ibuprofeno e, em menor grau, o cetoprofeno.

No início da pandemia, temia-se que o medicamento piorasse a infecção, o que incentivou a OMS a recomendar que as pessoas com sintomas associados à covid não se automedicassem com ibuprofeno.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já havia adiantado que “não havia prova científica” de que o ibuprofeno agravasse a doença.

O estudo é baseado em dados de 72.000 pacientes com covid que tomaram ibuprofeno antes de serem hospitalizados. Os autores admitem, porém, que não tiveram acesso a algumas informações, como a duração do tratamento.