A mais recente sinalização de queda da Selic na próxima reunião do Comitê e Política Monetária (Copom) e o bom momento das bolsas em Nova York levaram o Ibovespa a fechar o primeiro pregão de 2018 na sua máxima histórica, ultrapassando pela primeira vez a marca dos 77 mil pontos, ao mesmo tempo em que os investidores têm deixado um pouco de lado a agenda política, em razão do recesso do Congresso e do fato de que o primeiro evento relevante do ano, o julgamento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, só ocorrerá no fim do mês.

A nova indicação de que a taxa básica de juros deve cair na próxima reunião do Copom, marcada para fevereiro, veio do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, em entrevista concedida pela manhã à rádio Jovem Pan. “A gente indicou que existe essa possibilidade (de corte adicional do juro) desde que a inflação continue baixa, que os riscos continuem como a gente tem hoje”, disse. “Dado isso, sinalizamos que há possibilidade de uma redução moderada da flexibilização monetária”, completou.

A declaração de Ilan Goldfajn foi recebida pelo mercado como um reforço à expectativa de diminuição da Selic, movimento que reduz as despesas financeiras das empresas e colabora para a retomada da economia.

O exterior também tem colaborado para o Ibovespa começar 2018 em alta, especialmente porque tem reagido com atraso de um dia aos ganhos dos principais índices dos Estados Unidos, que só deixaram de operar na segunda-feira, enquanto a bolsa brasileira ficou suspensa por dois dias, na segunda e na sexta-feira.

Além disso, no primeiro pregão do ano, ainda tem repercutido o fato de a agência de classificação de risco Standard & Poor’s ter terminado 2017 sem rebaixar a nota do Brasil. Como a agência sinalizou anteriormente que não costuma fazer revisões de rating em anos eleitorais, chegou-se à conclusão de que dificilmente o Brasil sofrerá rebaixamento neste ano por parte dessa agência.

À tarde, a divulgação da balança comercial reafirmou o otimismo dos investidores com a retomada da economia. Segundo analistas, os números desta terça, referentes a dezembro e ao fechamento de 2017, jogam a favor da previsão de que os investimentos privados vão crescer em 2018, depois das fortes quedas causadas pela recessão de 2015 e 2016.

Com isso, o Ibovespa encerrou o dia com ganho de 1,95%, aos 77.891,03 pontos, na sua sétima alta consecutiva. O volume foi de R$ 8 bilhões.