O mercado brasileiro de ações acelerou no período da tarde o otimismo visto desde a abertura, o que manteve o Índice Bovespa oscilando em alta superior a 2% por praticamente todo o período vespertino desta segunda-feira, 11. A expectativa de que a reforma da Previdência avance nesta semana tomou corpo após alguns episódios dos últimos dias, como a entrevista do ministro da economia, Paulo Guedes, e os entendimentos entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O cenário internacional ficou em segundo plano, mas deu contribuição positiva, a partir de sinalizações “dovish” do Federal Reserve.

Em alta pelo terceiro pregão consecutivo, o Ibovespa terminou na máxima do dia, aos 98.026,62 pontos, com ganho de 2,79%, o segundo maior do ano, inferior apenas aos 3,56% registrados em 2 de janeiro. Com esse resultado, o indicador passa a contabilizar alta de 2,56% em março, mês que aponta ainda um saldo de investimentos estrangeiros próximo do equilíbrio.

“O mercado vem buscando sinalizações do governo sobre a reforma da Previdência e se mostra mais esperançoso diante da postura de maior flexibilidade do presidente em negociar com o Congresso. Mas será na quarta-feira, quando se espera a instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara, que começaremos a ver a aceitação dos parlamentares”, disse Jefferson Laatus, trader e sócio fundador do Grupo Laatus.

Para Felipe Favero, analista da Criteria Investimentos, a melhora do humor do investidor está em boa parte relacionada à postura mais proativa assumida pelo governo desde a semana passada, após os ruídos provocados por tuítes do presidente Jair Bolsonaro. Faz parte dessa postura mais firme o posicionamento de Guedes sobre temas importantes para o mercado.

“A fala de Paulo Guedes foi bem interessante, principalmente porque propõe fazer andar as duas propostas simultaneamente. É um ministro que fala muito bem, com bastante embasamento”, disse.

O entusiasmo do investidor com a reforma e o ajuste fiscal promoveu uma alta praticamente generalizada no Ibovespa, com quase todas as blue chips registrando ganhos acima de 3%. As altas mais representativas ficaram com as ações do setor financeiro. O IFNC, que congrega 17 papéis do setor, terminou o dia em alta superior à do Ibovespa, de 3,31%. Nesse grupo, o destaque ficou com os papéis do Bradesco e da B3, que avançaram mais de 4%.

As ações do chamado “kit Brasil”, ou “kit privatização”, também mostraram força. Eletrobras PNB avançou 5,52%, Petrobras PN ganhou 4,05% e Banco do Brasil ON subiu 3,07%. Os papéis da Petrobras também reagiram à alta dos preços do petróleo e à notícia de sexta-feira sobre nova etapa do plano de desinvestimento da companhia.