O Índice Bovespa deu continuidade nesta sexta-feira, 13, ao sinal positivo da véspera e fechou em alta de 0,97%, alcançando 76.594,35 pontos. Em um pregão de noticiário doméstico escasso, a influência das bolsas internacionais prevaleceu, com a contribuição da alta dos preços do petróleo e da queda do dólar ante o real. Nas mesas de operações, profissionais voltaram a citar um restabelecimento de fluxo externo no mercado brasileiro. No acumulado da semana, a terceira consecutiva de alta, o Ibovespa subiu 2,11%.

A ausência de novos desdobramentos no atrito comercial entre Estados Unidos e China e a maior aproximação da Casa Branca com o Reino Unido mantiveram o clima mais ameno entre os investidores, que voltaram a buscar ativos de risco.

Para Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, a Bolsa brasileira está em uma “janela de respiro”, com chances significativas de manutenção da tendência de alta no curto prazo. Isso porque o momento no cenário externo é positivo para ativos de risco, há ingresso de recursos na Bolsa e os próximos dias deverão ser de menor movimentação política, por conta do recesso parlamentar e legislativo.

“O quadro mais positivo para ativos de risco e a queda do dólar e dos juros deram fôlego adicional ao Ibovespa. Esse respiro pode continuar no curto prazo, mas não elimina o quadro de cautela com fatores internos, no caso das eleições, e externo, com a tendência de redução da liquidez internacional”, disse Passos.

Quanto ao fluxo de recursos, houve ingresso líquido de R$ 765,1 milhões na B3 na última quarta-feira, 11, o que leva o acumulado de julho a um saldo positivo de R$ 1,3 bilhão. No acumulado do ano, o saldo de capital estrangeiro na bolsa em 2018 está negativo em R$ 8,58 bilhões.

Na análise por ações, os ganhos foram mais uma vez determinados pelos papéis do setor financeiro, bloco que acumula a maior valorização no mercado em julho. A expectativa por balanços financeiros mais positivos é um dos fatores a alavancar esses papéis, que há semanas eram líderes de perdas na Bolsa. No pregão desta sexta, os destaques ficaram com Banco do Brasil ON (+2,54%), B3 ON (+3,30%) e Itaú Unibanco PN (+2,55%).

O contraponto do dia ficou por conta das ações da Eletrobras, que tiveram fortes perdas ao longo do pregão, em reação à decisão da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro de suspender o leilão das distribuidoras da companhia. Os esforços do governo para reverter a situação e garantir a realização da venda acabou por amenizar as perdas no período da tarde. Eletrobras PNB terminou o dia em baixa de 0,66%, enquanto a ON da estatal de energia inverteu o viés e subiu 0,27%.