A bolsa operou nesta sexta-feira, 23, colada no exterior e refletiu, inclusive, a volatilidade que tem sido frequentemente registrada pelos principais índices do mercado acionário em Nova York, a despeito do noticiário positivo para a economia doméstica. Após tocar por vezes os territórios negativo e positivo, o Ibovespa perdeu força ao final da sessão de negócios e encerrou em baixa de 0,46%, aos 84.377,19 pontos. Na semana, a desvalorização é de 0,60%.

O índice à vista oscilou entre a mínima de 84.041,53 pontos e a máxima de 85.449,53 pontos. “O Ibovespa operou sem direção clara, seguindo especialmente os Estados Unidos. A questão da guerra comercial tem feito e deve continuar a fazer preço”, ressaltou Ignacio Crespo, analista da Guide Investimento.

A tensão geopolítica com a queda de braço entre EUA e China tem aumentado e hoje afetou uma série de ativos ao redor do mundo, como os metais. Em meio às incertezas, as cotações do ouro subiram em um movimento de busca pela segurança. Do lado contrário, o cobre fechou em baixa sob a perspectiva de que as medidas de Donald Trump possam afetar a demanda chinesa por commodities metálicas.

O projeto de Washington, além de estabelecer tarifas contra Pequim, impõe restrições às transferências de tecnologia e aquisições pela parte chinesa. Isso também afetou as empresas do setor e levou o S&P 500 para baixo com o Ibovespa acompanhando o movimento em vários momentos da sessão.

Diante desse cenário externo, completa Crespo, ficou difícil para os investidores se animarem com as boas notícias, como o IPCA-15 que subiu 0,10% em março e reforçou a aposta de novo corte do juro pelo Banco Central na reunião de política monetária de maio. Outro sinal positivo veio da criação de 61.188 vagas com carteira assinada em fevereiro de 2018, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Entre as blue chips, os papéis da Petrobras ganharam 0,34% (ON) e 0,14% (PN), leve alta diante da valorização em torno de 2,5% dos contados futuros de petróleo no exterior. Vale ON não teve forças para resistir às quedas tanto do minério de ferro e de mineradoras correlatas e acabou fechando em baixa de 0,79%. Já no bloco financeiro, que tem peso de mais de 25% na carteira teórica, Itaú Unibanco PN avançou 0,48% e Bradesco PN, 0,68%. Na contramão, Banco do Brasil ON perdeu 0,55% e as units do Santander caíram 0,62%.