O Índice Bovespa teve um pregão morno nesta terça-feira, 16, e oscilou próximo da estabilidade durante todo o período da tarde, depois de ter ensaiado recuperar o patamar dos 104 mil pela manhã. A escassez de notícias de peso fez com que o mercado operasse com referências dispersas, que contribuíram para o equilíbrio do índice, que terminou o pregão aos 103.775,41 pontos, em baixa de 0,03%. Os negócios somaram R$ 15,2 bilhões.

Esta foi a quarta queda consecutiva do Ibovespa, que acumula perda de 1,93% nesse período. Boa parte desse desempenho é atribuído a uma realização de lucros após a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados. Para analistas do mercado de renda variável, a conclusão da reforma já está quase toda precificada no mercado de ações. Isso significa que a capacidade de a reforma produzir efeitos positivos na Bolsa já estaria praticamente esgotada. Restaria, ao contrário, algum espaço para correções, uma vez que o mercado monitora os riscos de novos focos de desidratação na matéria.

A principal influência no sinal negativo do dia veio das ações da Petrobras, que perderam mais de 1%, acompanhando as perdas expressivas do petróleo no mercado internacional. Por outro lado, a alta do minério de ferro deu fôlego aos papéis da Vale, que subiram 0,68%.

“Com a reforma já precificada, as atenções tendem a se concentrar nos balanços corporativos do segundo trimestre e nas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O mercado dá como certos os cortes de juros nos dois países, mas discute agora a magnitude deles”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.

Para Glauco Legat, analista da Necton Corretora, o mercado dá sinais de acomodação após o avanço na tramitação da Previdência, com algum desconforto com a desidratação da proposta, além de um mal-estar com a possibilidade de indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

“É importante ressaltar que o que vimos recentemente foi um rali doméstico, uma vez que o saldo dos investidores estrangeiros continua negativo. Mas seguimos otimistas com o Ibovespa, com expectativa de 112 mil pontos no final de 2019, com possibilidade de revisão para 120 mil pontos”, afirma Legat.

Na última sexta-feira, 12, o saldo líquido dos investimentos estrangeiros na B3 ficou positivo em R$ 133,183 milhões. No acumulado de julho, no entanto, o saldo de estrangeiros segue negativo, no montante de R$ 844,764 milhões.