O Ibovespa operou nesta quinta-feira, 15, basicamente sob influência do ambiente corporativo local e, principalmente, ao dissabor das perdas registradas nos papéis da Petrobras. Muito embora tenha tocado os 84.719 pontos na mínima intraday (-1,55%), no final do pregão o índice reduziu a queda para 1,30% e fechou nos 84.928,20 pontos.

Segundo o gestor-chefe da Garín gestora de investimentos, Ivan Kraiser, o recuo nos papéis da petroleira brasileira representavam, por volta das 16h20, cerca de 300 pontos da queda de 1.180 pontos do Ibovespa hoje. A maior parte (250 pontos), das ações PN – que fecharam em queda de 4,78%. O movimento refletia o temor quanto às incertezas dos investidores sobre a nova política de distribuição de dividendos citada hoje pelo presidente da estatal, Pedro Parente.

“A bolsa continua em um canal de alta, mas está trabalhando na faixa entre os 84 mil pontos e os 87 mil pontos, sem força para romper esse último patamar”, ressaltou o operador da mesa institucional da Renascença Corretora Luiz Roberto Monteiro, lembrando que falta o impulso do investidor estrangeiro que houve no mês de janeiro, quando o Ibovespa valorizou pouco mais de 10% em 30 dias.

A entrada líquida de recursos estrangeiros na B3 em janeiro foi a maior em 11 anos para o mês, com saldo de R$ 9,549 bilhões. Esse volume no acumulado do ano já foi reduzido para R$ 2,508 bilhões na contabilidade da B3 até terça-feira passada, quando os não-residentes retiraram R$ 93 milhões no pregão.

Em março, as saídas somam R$ 2,8 bilhões. “Enquanto os estrangeiros continuarem vendendo, a bolsa não vai andar”, disse um operador, lembrando que as compras dos investidores locais não fazem frente para a força dos não-residentes que saem da bolsa brasileira mostrando cautela com relação à piora do cenário externo. Muito embora os eventos externos mexam com o humor desses investidores, para profissionais do mercado de renda variável hoje eles ficaram em segundo plano na sessão de negócios em razão das questões corporativas locais.

Entre as blue chips, o setor bancário seguiu amargando queda, à exceção do Itaú Unibanco PN, que conseguiu leve recuperação das fortes perdas dos dois últimos pregões (+0,47%).