O Ibovespa espelhou a volatilidade dos mercados acionários em Nova York e oscilou em grande parte do dia sob a influência das cotações dos contratos futuros de petróleo. Durante o pregão desta sexta-feira, 9, o índice à vista operou entre a mínima de 79.690,08 pontos (-2,26%) e a máxima de 81.897,00 pontos (+0,45%). Fechou em queda de 0,78%, aos 80.898,69 pontos. O giro financeiro foi de R$ 12,35 bilhões. Na semana, as perdas chegam a 3,74%, mas ainda há ganhos de 6,39% em 2018.

“Não é possível falar que a correção parou, mas precisamos de um impulso para virar”, disse Ariovaldo dos Santos, gerente da mesa de renda variável da H.Commcor.

O índice, que chegou a recuar mais de 2% na sessão desta sexta, seguia a trajetória de seus pares em Nova York e também o preço do petróleo no exterior. Os contratos futuros da commodity chegaram a recuar quase 5%, pressionados pela subida do dólar e por sinais de maior produção nos Estados Unidos nas últimas semanas. Também influenciou a onda de vendas a perda do nível de US$ 60 do barril do WTI, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex). No momento do rompimento desse piso as bolsas de Nova York foram às mínimas e o Ibovespa acompanhou com as ações da Petrobras acentuando perdas entre 2,5% e 2,8%. Os papéis ON e PN da petroleira brasileira fecharam o dia com recuo de 1,28% e 1,47%, respectivamente.

Para Alexandre Espirito Santo, economista da Órama, neste momento, o mercado está colocando no preço tudo que não estava antes. “Quem vai dormir comprado no carnaval? São dois dias sem bolsa diante de tudo isso no cenário daqui e de lá de fora”, afirmou, lembrando que há exatos 11 pregões o índice fechou aos 85.530,83 pontos, em alta de 0,69%, e hoje caiu no intraday a 79 mil. “É uma queda grande e em pouco tempo.”

Segundo Marco Tulli Siqueira, gestor de renda variável Coinvalores, os investidores estrangeiros já se colocam para continuar deixando suas posições na bolsa. De acordo com a B3, os não-residentes retiraram R$ 608,10 milhões no pregão da última quarta-feira, dia 7. Com o resultado, em fevereiro o fluxo estrangeiro está negativo em R$ 2,535 bilhões. Mas o saldo em 2018 está positivo em R$ 7,013 bilhões. “Céu com muita nuvem escura tem chuva”, disse.