A bolsa conseguiu defender os 85 mil pontos em um dia dominado pela cautela nos mercados acionários globais. A sessão de negócios desta quarta-feira, 25, abriu pesada com as atenções dos investidores voltadas para a alta dos títulos do governo dos Estados Unidos movida pela perspectiva de maior aperto monetário e em meio a um cenário de indefinição política que segue. Na primeira etapa do pregão, o Ibovespa chegou a recuar mais de 1%, indo para a marca dos 84.348 pontos, na mínima do dia, mas amenizou a trajetória de desvalorização com a virada de mão de Nova York na parte da tarde. O índice à vista encerrou em baixa de 0,50%, aos 85.044,38 pontos.

A desvalorização do real, que levou o dólar hoje a R$ 3,51 na cotação intraday, também representa um ponto de bastante influência para o andamento dos negócios no mercado acionário brasileiro. Se por um lado a alta da divisa americana representa as incertezas externas e internas, por outro, deixa os ativos negociados em bolsa mais atrativos para os investidores estrangeiros.

Não é à toa que o fluxo de capital externo tem voltado durante esse mês de abril, após ter ficado negativo em março. Segundo a B3, os não-residentes ingressaram com R$ 210,195 milhões na última segunda-feira (23). Em abril, o saldo acumulado está positivo em R$ 3,498 bilhões, com dez pregões consecutivos de entradas. Em 2018, o fluxo de recursos estrangeiros está no azul em R$ 3,540 bilhões.

Segundo Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial Research, o dólar tem feito a diferença para o investidor. Um dos pontos negativos é que reflete, além da incerteza doméstica pelo quadro eleitoral, também a saída de capitais em função do aumento dos juros dos yields americanos. “Esse é um movimento relevante para todos os mercados acionários emergentes, como o mexicano e o argentino, que estão alinhados em queda mesmo que as bolsas americanas tenham ido para o terreno positivo agora no final do dia”, afirmou o especialista em renda variável.