Pelo segundo dia consecutivo, o Ibovespa seguiu devolvendo parte dos ganhos acumulados no mês. O índice à vista reduziu o ritmo no final da sessão de negócios desta terça-feira, 30, e encerrou em baixa de 0,25%, aos 84.482,45 pontos. Em janeiro, a valorização ainda é de 10,58%. O giro financeiro foi de R$ 9,87 bilhões.

O movimento foi contido, segundo analistas, por causa do apetite dos investidores pelo risco, que se mantém a despeito da correção que está havendo aqui e no exterior. “A queda não é tão forte porque continua havendo fluxo na ponta compradora”, afirma Marcos Saravalle, analista da XP Investimentos.

Nicolas Takeo, analista da corretora Socopa, ressalta que, apenas neste mês, o fluxo de capital estrangeiro para a bolsa é quase 70% do que veio em todo o ano de 2017 (R$ 13,4 bilhões). Segundo a B3, a entrada líquida de recursos de não-residentes chegou a R$ 9,18 bilhões até o dia 26. “Isso evidencia um panorama internacional positivo onde os investidores mostram apetite pelo risco”, disse Takeo.

Sobre o andamento da reforma da Previdência, Saravalle diz que o cenário-base contempla chance próxima de zero de aprovação. “Como ninguém está precificando fortemente algo nesse sentido, o que acontecer e, se acontecer, vai ser um ‘up side’ adicional para a bolsa. Algo como ocorreu com o resultado do julgamento do ex-presidente Lula”, disse o analista da XP.

Nesta terça, os integrantes da equipe econômica saíram a campo novamente para discursar a favor do andamento da proposta no mês que vem dentro da Câmara dos Deputados. “Com esse tipo de discussão a gente não pode titubear. É isso que temos que fazer, vamos lutar até o último minuto. Se não passar, no dia seguinte vamos discutir o que fazer”, afirmou o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, em evento no Rio de Janeiro.

Nesta terça, a queda da cotação do petróleo no mercado internacional contribuiu para que as ações da Petrobras fossem destaque negativo na carteira do Ibovespa. Os papéis ON e PN da empresa recuaram 2,44% e 1,81%, respectivamente. Mas ainda acumulam valorização de 25% e 21% em janeiro. As blue chips do setor financeiro encerraram a sessão de negócios com queda bem contida: Itaú Unibanco PN (0,39%), Banco do Brasil ON (0,39%) e Santander Unit (0,20%). No fim do pregão, Bradesco PN ainda reverteu as perdas e apontou alta de 1%.