O compasso de espera por definições aguardadas para os próximos dias levou o Índice Bovespa a andar “de lado” nesta segunda-feira, 17, para definir tendência somente nos minutos finais de negociação. O indicador oscilou em intervalo relativamente estreito, alternando pequenas altas e baixas. Ao final dos negócios, investidores zeraram posições e o índice terminou a sessão aos 97.623,25 pontos, em queda de 0,43%, praticamente na mínima do dia.

Estiveram no radar do investidor as reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos e a tramitação da reforma da Previdência. Os bancos centrais brasileiro e americano decidirão sobre os juros básicos em seus países em meio a apostas em cortes de juros, que podem elevar a atratividade dos mercados de ações. Por aqui, a reforma da Previdência seguiu no radar, mas sem fato que tivesse exercido influência sobre os negócios.

“Na semana das reuniões do Copom e do Fed, o mercado de ações adotou um tom mais neutro, com os investidores evitando tomar posição. O gráfico da evolução do índice mostra o Ibovespa bem congestionado, em um dia sem agenda”, disse Pedro Nieman, analista da Toro Investimentos, com a ressalva de que o mercado segue bastante sensível ao noticiário político.

Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, os ruídos políticos iniciados na sexta-feira, com troca de farpas entre o ministro Paulo Guedes (Economia) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram acompanhados, mas não fizeram preço no mercado. “A bola está com o Congresso, a tramitação já está em curso e tudo o que os investidores e analistas querem agora é fazer as contas da economia e das medidas adicionais que serão necessárias”, afirmou.

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, uma das maiores quedas ficou com Vale ON, que perdeu 2,32%. O papel reagiu principalmente à queda dos preços do minério de ferro, além da elevação de R$ 100 mil para R$ 200 mil da multa diária para a empresa por dia que sejam feitas atividades na mina Onça Puma, no Pará. As ações do setor financeiro, que oscilaram em alta durante todo o pregão, perderam força no final e viraram para o negativo. Os papéis vêm sofrendo desde a proposta de elevação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para os bancos. Itaú Unibanco PN teve queda de 0,12% e Bradesco PN, de 0,25%.