Com o feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos, que manteve fechados os mercados em Nova York, o Ibovespa operou durante todo o pregão desta segunda-feira, 19, em leve alta. Na primeira etapa da sessão de negócios, ensaiou furar o patamar dos 85 mil pontos em um dia de vencimento de opções. Entretanto, faltou força para chegar lá. O índice à vista encerrou valorizado em 0,32%, aos 84.792,70 pontos.

Na análise de Pedro Paulo Silveira, economista-chefe Nova Futura CTVM, a bolsa se sustentou em terreno positivo, sendo amparada não apenas pelas perspectivas para um ambiente positivo, principalmente no plano doméstico, mas em dados que seguem confirmando isso. “Seguimos vendo e confirmando o tempo todo esse cenário. Do ponto de vista corporativo, as coisas seguem acontecendo positivamente bem”, afirmou.

Além disso, do ponto de vista macroeconômico, as estimativas para o crescimento da economia seguem firmes. Hoje o Banco Central divulgou que o IBC-Br subiu 1,40% em dezembro ante novembro e 1,04% no ano passado.

Na sessão desta segunda-feira, se, por um lado, as ações da Petrobras – ajudadas pelo petróleo e por notícias corporativas – contribuíram para sustentar a bolsa pelo terreno positivo, por outro, o setor bancário operou na contramão em um movimento baixista, devolvendo os ganhos robustos apurados desde janeiro. Os papéis da estatal ON e PN tiveram alta de 2,80% e 3,24%, respectivamente. As ações do Itaú Unibanco PN fecharam em baixa de 0,79%, as do Banco do Brasil ON recuaram 1,66% e as Bradesco PN perderam 0,49%.

Muito embora o governo sinalizasse na sexta-feira passada para a continuidade das discussões da reforma da Previdência, analistas são unânimes em dizer que não contam mais com isso. “O mercado já descartou a Previdência; não pressiona mais para baixo. Tanto que o Ibovespa está rondando os 85 mil pontos hoje, mesmo com a suspensão das reuniões. Mas, se por um acaso, aprovar, pode vir a fazer preço para cima”, disse Ivan Kraiser, gestor-chefe da Garín Investimentos, para quem o fato de o governo optar por colocar foco sobre a segurança foi uma “jogada” para acenar positivamente para a opinião pública.

Com a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro, o texto da reforma foi retirado da pauta do plenário da Câmara dos Deputados.