O Ibovespa abriu em alta nesta quarta-feira, 4, após quatro fechamentos positivos, nos quais acumulou ganho de 4,33%, mas pouco depois virou para o negativo. Perto das 10h35, o Ibovespa marcou máxima aos 74.131 pontos, em alta de 0,63%. Minutos antes das 11h, entretanto, o índice virou e exibiu queda, marcando mínima aos 73.526 pontos (-0,19%).

Como anteciparam analistas e operadores ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o tombo da produção industrial em maio não penalizou os preços na bolsa – pelo menos, não na abertura do pregão. A produção industrial caiu 10,9% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE. É o maior recuo da década e também da série histórica do IBGE, ficando atrás apenas da queda de 11,2% no auge da crise financeira global, em dezembro de 2008. O dado e veio dentro das expectativas dos analistas, que esperavam uma queda entre 18,00% a 4,60% na comparação mensal, mediana de -14%.

Do exterior, a influência é mista. Com a virada para o negativo da variação do preço do petróleo em Londres (Brent para setembro) e a maior desvalorização do contrato futuro do cobre, houve uma inversão também no mercado brasileiro. As ações da Petrobras, que iniciaram os negócios recuando mais de 1%, aceleraram a queda. Perdiam 1,67% (ON) e 1,37% (PN) às 10h56, quando o Ibovespa caía 0,30%, aos 73.450 pontos. A sessão começa com liquidez bastante limitada e, por conta do feriado pelo Dia da Independência nos Estados Unidos, deve assim permanecer ao longo do dia.

Mesmo com a virada para o negativo do Ibovespa, as maiores altas da carteira continuavam sendo as ações da Eletrobras (+15,22% ON e +14,59% PNB). Os fortes ganhos acontecem depois de o plenário da Câmara dos Deputados aprovar na noite de terça-feira, 3, regime de urgência para a tramitação do projeto de lei que destrava a privatização das seis distribuidoras da estatal. O texto já poderá ser incluído na pauta de votação desta quarta-feira.

Ainda sobre a atividade econômica brasileira, a IHS Markit divulgou nesta quarta-feira que o índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) consolidado do Brasil, que reúne os dados da indústria e do setor de serviços, caiu de 49,7 pontos em maio para 47,0 pontos em junho. O resultado representa a redução mais acentuada da atividade do setor privado em 16 meses e foi atribuído ao impacto da greve dos caminhoneiros. No mesmo período, o PMI de serviços recuou de 49,5 pontos para 47,0 pontos.