A renda média do trabalhador brasileiro caiu 9,7% no trimestre encerrado em janeiro de 2022 em relação ao trimestre finalizado em janeiro de 2021, ficando em R$ 2.489. Em relação ao trimestre encerrado em outubro do ano passado, o valor teve queda de 1,1%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (18), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nenhuma categoria apresentou alta no rendimento. Na indústria, houve queda de 4,1%, ou menos R$ 102, mesmo com alta na ocupação com empregos com carteira assinada. “A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, explica a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

“Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral”, disse Beringuy. Também houve diminuição no setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais: queda de 2,1%, ou menos de R$ 76.

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 Número de trabalhadores sem carteira aumenta

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou. Foram 12,4 milhões de pessoas, um aumento de 3,6% ou 427 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a alta é de 19,8% ou mais 2 milhões de pessoas.

Empregos com carteira assinada

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (excluindo-se trabalhadores domésticos) ficou em 34,6 milhões de pessoas, 2% a mais (681 mil pessoas) que outubro e 9,3% acima (2,9 milhões de pessoas) de janeiro de 2021.

Em relação à informalidade, janeiro registrou 38,5 milhões de trabalhadores informais (40,4% da população ocupada), taxa menor que a do trimestre anterior (40,7%) e maior que a do mesmo período do ano passado (39,2%).