As altas recentes na indústria não zeram as perdas registradas na produção neste ano de 2019, mas o cenário está mais positivo, graças aos avanços de agosto (1,2%) e setembro (0,3%), afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria brasileira operava em setembro 0,1% abaixo do patamar que encerrou o ano de 2018. Em relação ao pré-greve de caminhoneiros, a produção está em nível 2,6% inferior. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal.

“Ou seja, eu tenho melhora recente, mas não consigo nem zerar perdas de 2019, e estou bem abaixo do pré-greve de caminhoneiros. Tem espaço importante a ser recuperado”, ressaltou Macedo.

Segundo o pesquisador do IBGE, os fatores conjunturais que prejudicam a recuperação mais intensa da indústria permanecem no radar: demanda doméstica lenta, milhões de pessoas ainda sem trabalho, massa de salários estável, redução no ritmo das exportações, crise na Argentina e incertezas elevadas postergando decisões de investimentos de empresários e adiando consumo das famílias.

“De forma geral esses fatores estão muito presentes e fortes. Não por acaso a indústria permanece no campo negativo (no acumulado de janeiro a setembro de 2019, -1,4%), e estamos falando de bases muito fracas”, concluiu Macedo.