O governador do Distrito Federal (MDB), Ibaneis Rocha, disse nesta quarta-feira, 20, que “a grande maioria dos governadores não topa a reforma como está aí”. Segundo ele o tema da Previdência é uma pauta comum de todos os entes da Federação, mas, do ponto de vista dos Estados, a reforma proposta por Jair Bolsonaro pode ser melhorada. “Essa proposta não passa hoje”, disse Ibaneis. “O governo não tem 50 votos”, completou o governador, referindo-se ao esforço de convencimento que o Planalto terá de empreender para conseguir os apoios necessários no Legislativo. Para ser aprovada na Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) precisa receber o aval de 308 deputados, em cada um dos dois turnos de votação.

Ibaneis também criticou o fato de o governo não ter entregue também o texto que mudará a previdência dos militares. “O governo deveria ter esperado para tratar também da questão dos militares”. Pelo cronograma divulgado, a proposta voltada para os militares só será encaminhada pelo governo daqui a 30 dias.

Além disso, o governador do Distrito Federal enfatizou que Estados pequenos não têm condições de fazer um fundo de capitalização, mecanismo previsto na PEC para dar sustentação ao novo regime de capitalização que bancará aposentadorias futuras.

Apesar das críticas, Ibaneis disse que os governos regionais vão apoiar mudanças nas regras previdenciárias do País. “Como está a reforma da Previdência, o texto terá muito dificuldade de ser aprovado. Mas vamos trabalhar para fazer ajustes e fazer avançar essa proposta”, disse.

Ibaneis afirmou que os governadores farão uma nova reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar da recuperação fiscal dos Estados. Porém, disse ele, “não estamos aqui trocando nada, queremos que assuntos sejam tratados paralelamente”. Ibaneis não deu detalhes sobre o novo encontro de governadores com Guedes.