A Huawei assinou um contrato para ser a primeira fornecedora de internet 5G para a Rússia, durante cerimônia com a presença do líder chinês, Xi Jinping, e o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, nesta quarta-feira (5). O acordo faz parte da agenda de aproximação comercial e política entre os dois países em uma aliança contra a influência dos Estados Unidos.

O contrato foi assinado com a MTS, maior transportadora da Rússia. A previsão é iniciar o período de testes ainda neste ano e estar em funcionamento pleno até 2020, informaram os envolvidos. A conexão 5G é tida como a nova revolução da era tecnológica e é fundamental para o crescente mercado de veículos autônomos e robótica.

“O fato de o presidente da Rússia e o presidente chinês estarem presentes na cerimônia prova mais uma vez o quanto as parcerias tecnológicas são importantes para a Rússia e a China”, disse o presidente da diretoria da Huawei, Guo Ping, em comunicado.

O apoio da Rússia vem no momento em que o governo norte-americano faz da Huawei o principal alvo na guerra comercial contra a China. No mês passado o presidente Donald Trump colocou a Huawei em uma lista de empresas que necessitam de autorização especial para fazer negócios com os Estados Unidos. A medida foi um duro golpe ao restringir que companhias norte-americanas forneçam equipamentos, chips e serviços para a chinesa.

Os EUA acusam a Huawei de espionar para o governo chinês, o que é negado pela companhia. Desde o ano passado, Washington está em campanha contra a empresa e pede para que aliados criem barreiras para a sua entrada em seus mercados.

A ação parece ter surgido efeito ao passo que concorrentes se aproximam da liderança da Huawei. Nesta semana, a finlandesa Nokia afirmou que assinou 42 contratos para fornecimento de 5G, o mesmo número da rival chinesa. A diferença está na velocidade do negócio: segundo a empresa de pesquisa Forrester, a Nokia fechou um novo contrato por semana desde março, enquanto a Huawei demorou meses para alcançar a mesma marca.