A ambição da Huawei em se tornar a maior produtora de smartphones do mundo foi desestimulada após a sequência de revezes enfrentada pela companhia. Em conferência nesta terça-feira (11), o diretor de estratégia de negócios de consumo da telecom chinesa, Shao Yang, afirmou que os planos de superar a Samsung foram colocados em espera, sem detalhar muitas informações.

Segundo o executivo, a companhia havia planejado se tornar a líder do setor até o fim deste ano, “mas agora, temos que esperar um pouco mais para conseguir isso”, afirmou.

A empresa vinha em escalada meteórica ao superar a Apple no mercado internacional em 2018 e mirava tomar o posto da sul-coreana Samsung em pouco tempo. Porém, desde o fim do ano passado, a empresa vem sofrendo uma série de pressões dos Estados Unidos e enfrenta acusações de espionar para o governo chinês, o que é negado pelos executivos.

O principal golpe foi a inclusão da Huawei em uma lista que demanda autorização especial para fazer negócios com empresas norte-americanas. Diante da imposição, o Google afirmou que não fornecerá mais o sistema Android para a chinesa. Em ação semelhante, o Facebook proibiu que os aplicativos das suas redes sociais, incluindo WhatsApp e Instagram, fossem pré-instalados nos novos aparelhos da marca.

Em conferência nesta terça, Yang falou sobre a situação com o Google, a classificando como “uma questão muito complexa”. A empresa já havia afirmado que está desenvolvendo um sistema operacional próprio, porém, “gostaria de poder continuar operando nos ecossistemas da Microsoft e do Google.”

Além do mercado de smartphones, a campanha anti-Huawei encampada por Washington tirou a hegemonia da companhia na prestação de serviços 5G no mundo. Diversos aliados dos EUA, como Reino Unido e Japão, recuaram em negócios para a prestação do serviço. A medida fortaleceu as rivais, principalmente a Nokia, que já afirmou ter fechado o mesmo número de acordos para 5G que a chinesa.