Presa desde dezembro de 2018 no Canadá, a executiva da Huawei Meng Wanzhou se tornou pivô de uma disputa entre o país que a prendeu e a China, seu país de origem, que enxerga em sua detenção uma afronta a soberania do país além de mais um capítulo da guerra contra a Huawei, que é acusada de espionagem e cooperação com o governo central chinês, o que fez com que a empresa fosse proibida de utilizar produtos americanos, a forçando a criar seu próprio sistema operacional mobile e recuar no planos de fornecer tecnologias 5G aos Estados Unidos.

O imbróglio fica ainda pior por conta do parentesco de Meng Wanzhou: além de ser a CFO da Huawei, ela também é filha do CEO e fundador da empresa, Ren Zhengfei, que para além do poderio econômico, é ex-membro do exército e governo chinês, transformando a questão da executiva em assunto de estado. E diante da maneira que a questão caminha, a relação China e Canadá vem se deteriorando aos poucos.

Desde a detenção de Wanzhou, a China acusa dois canadenses de espionagem e interrompeu a importação de carne e sementes de canola do Canadá. Diante das sanções orientais, primeiro-ministro canadense Justin Trudeau disse que não irá recuar na questão, afirmando defender os interesses de seu país segundo a Reuters. O assunto voltou em pauta esta semana pois o político e a chanceler do Canadá, Chrystia Freeland, se encontraram nesta quinta-feira (22) com secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em Ottawa, para conversas, mas a pauta principal será a relação com a China, que vive uma guerra comercial com os norte americanos.

Por parte da China, o governo central soltou nota através de sua embaixada no Canadá afirmando aderir o príncipio de igualdade entre países, mas que agora as relações China-Canadá “sofrem grandes dificuldades, e o lado canadense sabe muito bem a raiz disso”. Completaram pedindo novamente a libertação da executiva para trazer a relação “de volta ao caminho certo”.