A gigante de telecomunicações chinesa Huawei, ameaçada de perder seu acesso ao Android devido às sanções dos Estados Unidos, apresentou nesta sexta-feira um novo sistema operacional que deve equipar seus celulares.

O sistema, chamado HarmonyOS, foi apresentado pelo diretor executivo da divisão de consumo, Richard Yu, em uma coletiva de imprensa na cidade de Dongguan (sul).

“Queremos trazer mais harmonia ao mundo”, disse ele, num momento em que a Huawei está na lista negra dos Estados Unidos, acusanda de espionagem para o governo chinês.

A Huawei, segunda maior fabricante de celulares do mundo, mergulhou em maio na guerra comercial e tecnológica entre os Estados Unidos e a China.

A empresa de Shenzhen vem trabalhando em seu próprio sistema operacional desde 2012, inicialmente projetada para a Internet das Coisas (IoT).

A Huawei, considerada a líder da tecnologia 5G, foi incluída na lista negra do governo Trump por suspeita de servir como um canal para a espionagem chinesa, uma acusação que o grupo nega.

Consequentemente, as empresas americanas não são mais autorizadas, em teoria, a vender produtos tecnológicos.

Mas as autoridades americanas decidiram adiar as sanções por três meses, uma extensão que expira na semana que vem.

Essa proibição também afeta o Google e o fornecimento de seu sistema operacional Android, que equipa a grande maioria dos telefones celulares do mundo, incluindo a Huawei.

O grupo sempre defendeu publicamente o desejo de substituir o Android em seus telefones por um sistema operacional próprio, mas afirma ter sido forçado a fazê-lo pelas sanções dos Estados Unidos.