A Huawei anunciou a demissão de 600 trabalhadores nos Estados Unidos como reflexo das restrições impostas pelo governo de Donald Trump aos negócios da empresa. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (23), a gigante da tecnologia afirmou que “decisões como essa nunca são fáceis” e justificou os cortes pela “redução das operações de negócios”.

As demissões atingirão os colaboradores da Futurewai, uma subsidiária de pesquisa e desenvolvimento da companhia. Apesar dos cortes, a Huawei afirmou que a empresa continuará a “operar em estrita conformidade com as leis e regulamentações locais dos EUA”. A Futurewei tem escritórios no Vale do Silício e em outras cidades dos EUA.

A decisão ocorre depois da empresa já ter ameaçado a redução de trabalhadores em suas extensões nos EUA, conforme publicado pelo Wall Street Journal na semana passada. Em maio, Trump assinou um decreto que proibia empresas norte-americanas de fazer negócios com a Huawei em meio as tensões da guerra comercial com a China. Segundo o governo, a companhia atua como espiã de Pequim, o que é negado pelos executivos.

“Dada a vulnerabilidade dos Estados Unidos no ciberespaço, acho que o governo está se esforçando para tornar a América segura, mas eles estão indo longe demais”, disse à CNN Andy Purdy, diretor de segurança da Huawei e ex-chefe do Departamento Nacional de Segurança Interna dos EUA.

A decisão impactou diretamente nos negócios da companhia e afastou parceiros, como a Google e a Microsoft. Além das restrições, Washington faz uma forte campanha contra a expansão da Huawei pelo mundo. A pressão em aliados resultou na desaceleração dos acordos para fornecimento de internet 5G da chinesa.