As principais incorporadoras listadas na B3 divulgaram prévias operacionais referentes ao quarto trimestre do ano passado, e os resultados foram bons. A Cyrela realizou 25 lançamentos, que somam R$ 2,5 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), alta de 120% em relação ao mesmo período de 2019 e 83% superior ao do terceiro trimestre de 2020. No ano, os lançamentos foram de R$ 4 bilhões, 7,7% acima de 2019. A Eztec também anunciou bons resultados. O VGV do quarto trimestre foi de R$ 381 milhões, alta de 85% ante o trimestre anterior. Outra incorporadora a divulgar bons resultados foi a Plano&Plano, que obteve um VGV de R$ 1,4 bilhão em 2020, crescimento de 18% ante 2019. E mesmo a Helbor divulgou uma boa prévia operacional, indicando a retomada dos lançamentos. Foram cinco projetos, efetivados no fim de novembro e em dezembro de 2020, com VGV total de R$ 259 milhões. No terceiro trimestre foram apenas dois projetos. Outro ponto positivo a se destacar foram os distratos, que atingiram R$ 16,9 milhões, um dos menores valores dos últimos anos. A avaliação dos especialistas é que o aquecimento da economia no terceiro e no quarto trimestres, aliados aos juros baixos e à expansão do crédito, ajudaram a animar o setor.

ENERGIA
Light levanta R$ 2,7 bilhões

A oferta subsequente (follow-on) da empresa de eletricidade Light (LIGT3) levantou R$ 2,7 bilhões. Essa oferta, encerrada na quarta-feira (20), permitiu à estatal mineira Cemig alienar sua participação de 22,6% na companhia de energia e captar R$ 1,37 bilhão. A Light também captou R$ 1,37 bilhão em recursos novos para reduzir o endividamento. O preço final de venda foi de R$ 20 por ação, um desconto de 7% em relação ao preço de fechamento na terça-feira (19).

QUEM VEM LÁ
Cruzeiro do Sul prepara IPO

A oferta pública inicial (IPO) do grupo de ensino superior Cruzeiro do Sul poderá movimentar até R$ 1,87 bilhão, considerando preço médio de R$ 18 por ação para os 103,275 milhões de ações oferecidas. A faixa de preços foi estabelecida entre R$ 16,40 e R$ 18,90 por ação. Haverá uma oferta primária, com 76,5 milhões de ações, e uma secundária, com 26,7 milhões de ações pertencentes aos atuais acionistas da companhia, incluindo fundos geridos pela BRL Trust e pela Magnetis.

MEDICAMENTOS
Cade aprova aquisição da Hypera

O laboratório farmacêutico Hypera Pharma (HYPE3) informou na quarta-feira (20) que obteve a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aquisição das áreas de medicamentos isentos de prescrição (OTC) e também os de prescrição da Takeda Pharmaceutical International AG. A operação é condicionada à venda do produto Xantinon, já providenciada pela companhia. No ano, as ações da Hypera sobem 2,2%.

PAPÉIS AVULSOS
Ultrapar lidera disputa pela Refap

Andrè Valentim

A Ultrapar (UGPA) está na liderança do processo de aquisição da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), que foi colocada à venda pela Petrobras. A empresa teria oferecido cerca de US$ 1,3 bilhão pela unidade. A Refap era disputada também pela Cosan (CSNA3), por meio da Raízen. No entanto, uma eventual vitória da Ultrapar vai impedi-la de participar da venda da refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar), no Paraná. A Petrobras está vendendo oito das 13 refinarias que possui em um processo de desinvestimentos que deverá seguir até o fim de 2022, levantando valor estimado entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões. Além da Refap e da Repar, a estatal deve receber as propostas para a Refinaria Landulpho Rodrigues (Rlam), na Bahia, e pela Isaac Sabá, no Amazonas.

VAREJO
Sem KFC, IMC desaba

As ações da International Meal Company, a IMC (MEAL3) caíram 9% no pregão da terça-feira (19). Após quatro meses de negociação, a companhia não chegou a um acordo com a americana KFC para a renovação do acordo de franquia. A IMC buscou uma liminar para manter o acordo, mas o pedido foi negado, e a empresa agora pode recorrer à arbitragem. Sem o acordo, a IMC perde uma de suas principais marcas, ao lado de Pizza Hut e Frango Assado.