O administrador de empresas Antônio de Almeida Anaquim, de 42 anos, que em 18 de janeiro de 2018 atropelou 18 pessoas no calçadão de Copacabana, na zona sul do Rio, causando a morte de duas delas, foi condenado em primeira instância a um ano de prisão e multa por falsidade ideológica, por ter mentido ao renovar a carteira nacional de habilitação (CNH), em 2015, afirmando que não tomava remédios nem fazia tratamento ou sentia tonturas.

À polícia, ele admitiu ter sido diagnosticado com epilepsia aos 12 anos de idade. A pena prisional foi transformada em prestação de serviços à comunidade, e mesmo essa pode ser alterada caso seja impetrado recurso. A decisão foi do juiz Marcel Duque Estrada, da 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Anaquim ainda responde por dois homicídios culposos (não intencionais) e 16 lesões corporais também culposas. A reportagem não conseguiu localizar o administrador de empresas ou algum representante dele para se pronunciar sobre a condenação.

O acidente

Na noite de 18 de janeiro de 2018, Anaquim dirigia um carro Hyundai HB20 quando invadiu a ciclovia e o calçadão de Copacabana e só parou sobre a areia, à margem da Avenida Atlântica, na altura da Rua Figueiredo de Magalhães. Dezoito pessoas se feriram. Maria Louize Araújo de Azevedo, de 8 meses, levada pela mãe para passear pelo calçadão, morreu logo em seguida.

O australiano Christopher John Gott, de 63 anos, morreu em 31 de maio de 2018, após passar mais de quatro meses em coma, internado no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea (zona sul). Condenado por abuso sexual na Austrália, ele estava foragido havia mais de 20 anos e vivia no Brasil com nome falso. Na ocasião, Anaquim afirmou que sofre de epilepsia e alegou ter tido uma crise que causou o acidente.